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Um rolé até São Tomé: veja o melhor das belezas, gastronomia e arte no Subúrbio

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Um rolé até São Tomé: veja o melhor das belezas, gastronomia e arte no Subúrbio
Foto: Correio24horas

Salvador é grande e boa parte dela é subúrbio. Da Baixa do Fiscal até São Tomé de Paripe dá para encontrar museu, restaurante, tapiocaria, igreja centenária e até mosteiro. Tudo rodeado pelo mar, que se estende para Inema e transforma o cenário no paraíso dos presidentes. A reforma da orla fez os finais de semana ainda mais movimentados. Mas, se a ideia é só admirar a paisagem com tranqulidade, a dica é a Capela de Escada: dá para almoçar de frente pro mar por R$ 10. Quer paz absoluta? É só se hospedar no Mosteiro do Salvador e provar os biscoitos bricelet. Para sair e comer, o canal é Paripe: tem macarrão ao vivo e pizza com massa de tapioca. A ideia é conhecer a alma da cidade? A cultura de Salvador está representada pelo Acervo da Laje, em São João do Cabrito. Confira nosso roteiro e pegue o trem.


Da laje para o mundo


O Acervo da Laje faz a gente acreditar que a arte vai salvar o mundo. O museu de três andares fica em São João do Cabrito e tem biblioteca, fotografias, esculturas, pinturas, placas de ônibus e várias instalações artísticas, máscaras, objetos de cerâmica e provocações sobre a vida urbana. Artistas famosos, como Eckenberger e Zaca Oliveira, estão no acervo, além de outros criadores - boa parte do subúrbio.


O responsável por tudo isso é o professor Eduardo Ferreira Santos, 42 anos. O projeto surgiu em 2011 e é resultado dos pós -doutorado em Cultura Contemporânea (UFRJ) e Psicologia (Ufba) do pesquisador. São quatro salas de exposição, que devem mudar de lugar até o ano que vem - mas vão continuar em São João. No ano passado, o lugar integrou a 3ª Bienal da Bahia.


Vai lá

Acervo da Laje, Rua Nova Esperança, 34E, São João do Cabrito  (Plataforma). A visita é gratuita; basta marcar. Os telefones são: (71) 3401 1244 e 9 9929 8934.


Para admirar


A mansão de 1803 onde foi filmado Dona Flor e Seus Dois Maridos, obra de Jorge Amado, fica em São Tomé de Paripe, de frente para o mar. Não é aberta, mas dá para olhar da orla.


Delícias de tapioca


Pizzaioca, saladapioca, crepioca. São tantas coisas feitas com tapioca que até a chef Carine Mascarenhas, 37 anos, é chamada pelo marido de Carinapioca. “Tenho prazer em fazer uma boa tapioca e em servir. Gosto tanto que lá em casa  trocamos o pão por ela”, brinca. O negócio começou com uma barraquinha, em Vista Alegre, onde mora. Deu certo e, para oferecer mais conforto, colocou mesas na garagem e passou a receber lá os clientes.


A procura cresceu mais ainda e, há oito meses, está em Paripe, onde montou a Tapiocaria Fundo de Quintal com o marido. O carro-chefe é a pizzaioca, uma massa de tapioca aberta com muçarela e preparada como pizza. Custa entre R$ 25 e R$ 40, tem oito fatias, mais de 20 opções de sabores e é finalista do concurso Panela de Bairro Mirim, da TV Bahia. A que mais sai é a Nordestina, de queijo coalho com carne do sol. No total, são mais de 150 sabores de tapioca e mais de 10 tipos de massa, que podem levar, entre outras coisas, vinho, abacaxi ou beterraba.


Vai lá

Tapiocaria Fundo de Quintal, na Praça João Martins, 279, Paripe. Funciona de segunda a sexta, das 16 às 22h, e aos finais de semana até meia-noite. Aceita cartão. Telefones: (71) 98730 6116 e 9 8893 4893.


Macarrão ao vivo


A hora do almoço na Rua Almirante Tamandaré, em Paripe, já é conhecida pelas filas na frente do KMassas - Macarrão ao Vivo. Lá bastam R$ 11 para comer pelo menos 500g de macarrão (parafuso, talharim, espaguete e penne) com mais de 20 acompanhamentos, como queijo muçarela, frango, pimenta calabresa e bacon. O Macarrão inteiro sai por R$ 14 e tem 700g - serve até 2 pessoas. Com camarão, os valores ficam entre R$ 18 (meia) e R$ 21 (inteira).


Desde 2013, Oziel Santos, 35 anos, transformou sua casa em restaurante. O sucesso foi imediato. “Nunca tive receio de apostar no subúrbio. As lojas dão certo e não tenho nenhum problema”, conta. Ele já tem outra franquia em Paripe e uma em Cajazeiras e passou a servir pizzas, que ficam entre R$ 19,99 (grande) e R$ 23,99 (família), com refrigerante de 1 litro. Aos finais de semana tem também mousses e tortas geladas para sobremesa.


Vai lá

KMassas, na rua Almirante Tamandaré, 42, na entrada do Bate Coração (Paripe). Funciona todos os dias, das 11h às 22h. Aceita cartão.


Espaço de paz


As árvores do bosque de pinheiros e os corredores silenciosos do Mosteiro do Salvador parecem portais para um outro mundo, sem buzinas e estresse. O mais surpreendente: fica logo ao lado da pista principal de Coutos. O lugar é procurado por quem quer paz e tranquilidade. “Recebemos muitos estudantes que estão produzindo teses e pessoas que procuram tranquilidade”, conta a madre Vera Lúcia Horta. A hospedaria monástica oferece a paz de um espaço religioso, três refeições por dia e lanche por R$ 100 a diária.

A casa data de 1981 e foi criada especialmente para as monjas beneditinas, conhecidas por receber os convidados com atenção e simpatia. Além do alojamento, o mosteiro vende biscoito bricelet (delicioso), típico da suíça, por R$ 15 a caixa com 170 gramas, geleias de sabores como acerola com pimenta por R$ 13 e incenso de rosas por R$ 25. Tudo artesanal e feito por lá.


Vai lá

Mosteiro do Salvador, na Avenida Afrânio Peixoto, s/n, Coutos. É preciso ligar antes e marcar a visita. Aceita cartão. Telefones: (71) 3111 3900 e 9 8104 4739.


Escada para o mar


Em 1536 foi erguida a Capela Nossa Senhora de Escada, uma das primeiras do Brasil. Ela viu a chegada dos jesuítas, serviu de abrigo ao padre José de Anchieta e deu boas-vindas (ou não) aos holandeses, que a avistaram no horizonte ainda desconhecido da Bahia, em 1638. Entre muitas reformas, ela foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1962.


Além da construção histórica, o lugar atrai pela paisagem: de lá se vê o mar e, com sorte, o trem colorido do subúrbio. Se sentir fome, é só almoçar. Na frente da Capela, o grupo Cesta Baiana monta mesas e serve café, almoço e lanche de segunda a sexta, das 6h às 17h. No cardápio, comida baiana, xinxim de bofe, Cassoulet e muito mais.


Vai lá

Capela Nossa Senhora de Escada. Fica na Avenida São Jorge de Escada. Quem pretende almoçar na Cesta Baiana e não quer arriscar o cardápio do dia pode ligar antes e pedir a comida preferida. Cada prato custa R$ 10 e só aceita dinheiro. Telefones: (71) 3218 1157 e 9 8647 1068.