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Secis e Fiocruz vão monitorar qualidade do ar na região do Subúrbio

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A Secretaria de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e a Fiocruz vêm desenvolvendo estratégias para o monitoramento da qualidade do ar, em áreas de vulnerabilidade de Salvador. Estas ações atendem a um convênio firmado entre as duas instituições, com o objetivo de desenvolver estratégias de mitigação e adaptação para as mudanças climáticas.

Um dos objetivos da iniciativa é instalar uma rede dos sensores de baixo custo, no entorno das unidades básicas de saúde e escolas da Ilha de Maré e do Subúrbio Ferroviário. Além dos sensores, também serão utilizados outros métodos para mensurar a qualidade do ar, como o biomonitoramento.

Na semana passada, a Escola Municipal de Paripe, no Subúrbio Ferroviário, recebeu o primeiro sensor de medição de poluição do ar. Ele integra o projeto intitulado "Estratégias de vigilância popular e análise de riscos da poluição do ar, para identificação de vulnerabilidades socioambientais e sanitárias, na Ilha de Maré e Região Metropolitana de Salvador", financiado pelo Programa Inova, da Fiocruz.

De acordo com a secretária da Secis, Edna França, a escolha destes locais se deve ao impacto sofrido pela proximidade de áreas industriais, como o Centro Industrial de Aratu. Para a gestora, essa é também uma forma de valorizar as escolas do Subúrbio, trazendo mais um instrumento para fortalecer a educação ambiental, através do estudo da qualidade do ar, além de proporcionar mais saúde e qualidade de vida para as pessoas. "Esperamos poder estender em breve essa iniciativa a outras áreas da cidade", adiantou.

Qualidade do ar – A pesquisa atende ainda à agenda do grupo de trabalho, vinculado à rede internacional de Qualidade do Ar do C40. Com este projeto, Salvador reforça ainda mais a participação na rede de cidades no mundo, que tem adotado medidas para melhorar a qualidade do ar em grandes metrópoles.

Serão desenvolvidas estratégias de percepção de risco com a comunidade, tendo como um dos públicos-alvos estudantes da rede pública, para o desenvolvimento da ciência cidadã. Ações de percepção de risco também serão desenvolvidas nas unidades básicas de saúde.

Inovação – Segundo Nelzair Vianna, pesquisadora da Fiocruz e parceira da Secis, o projeto é uma das premissas para trazer a inovação para o município, sendo abraçado por políticas públicas voltadas para a questão ambiental. "Essa parceria é fundamental. Por isso, quando falamos da metodologia do projeto, é para que todos possam se unir, seja comunidade, ciência ou tomador de decisão". 

A avaliação do sensor, segundo Nelzair, é feita diariamente através de coleta e transferência de dados em tempo real, através de sinal de Wi-Fi. Por meio de um aplicativo, qualquer cidadão pode ter acesso aos dados. Além disso, uma das etapas da análise será a percepção de riscos, onde o cidadão poderá acompanhar a qualidade do ar. "Contamos ainda com uma equipe de professores, que está trabalhando o tema na matriz curricular, criando hipóteses sobre a poluição do ar e produzindo seus experimentos. São dados científicos que não ficarão presos em laboratório", explicou.

Participação ativa – A coordenadora pedagógica do GRE Subúrbio II, Cássia Góes, diz que cuidar da qualidade do ar é pensar na saúde e sobre todas as doenças respiratórias, que afetam as crianças e impactam na frequência escolar. "Essa iniciativa vai nos ajudar no processo de recomposição de aprendizagem", explicou.

Para Cássia, é importante que a escola participe ativamente do processo, formando os professores, para elaboração de plano de ações que possa ser trabalhado, associando a pesquisa ao conteúdo das disciplinas regulares.