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Belezas do Subúrbio contrastam com violência

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Belezas do Subúrbio contrastam com violência
Foto: Gilberto Júnior | Bocão News

O Subúrbio Ferroviário de Salvador tem sido personagem frequente do noticiário policial local e nacional, mas bem que a região poderia fazer parte de um dos roteiros turísticos oferecidos por agências de viagens para visitantes da capital baiana.


O crescimento desordenado, aliado ao esquecimento por parte do poder público faz o Subúrbio ganhar destaque negativo na mídia: sinônimo de pobreza e violência. Mas, o turista que tem a oportunidade de conhecer as belezas naturais da região fica encantado e, quase sempre, retorna.


Esse é o caso de Emanuel Carrero. Um publicitário mexicano que conheceu a praia de São Tomé de Paripe em 2008. Em 2010 retornou para não mais voltar à terra natal. “Isso aqui é um paraíso. Conheço as mais diversas praias do mundo, e sem sombra de dúvidas temos uma das mais bonitas”, garante Carrero ao se referir à praia de São Tomé.

 

A mesma praia, com água calma e morna, só que do lado da Base Naval de Aratu, foi a escolhida pelos presidentes da República Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio “Lula” da Silva e Dilma Rousseff para passar férias de final de ano. “De um lado fica Inema e desse lado temos São Tomé. Não tem diferença alguma, só a quantidade de gente”, explica Carrero sobre a divisão geográfica.


Ainda no Subúrbio, é conservado o trem com sua ferrovia e a maior reserva de Mata Atlântica disponível na capital baiana. Lá está situado o Parque São Bartolomeu. “Mesmo com toda violência e problemas, principalmente sociais, o suburbano gosta de onde mora. Existem aqueles que querem sair, mas existe uma maioria que prefere ficar onde nasceu e se criou”, conta Erica de Sá, moradora de Periperi.


“Temos problemas com segurança, infraestrutura e transporte. Acredito que os governantes não têm interesse em modificar esse quadro, mas ainda tenho esperança em ver a mídia mostrando o Subúrbio pelo olhar positivo e não só de morte e violência”, desabafa e jovem de 21 anos.

A morte e violência que ela se refere apontam para as últimas notícias de chacina, rapto e tortura noticiado nas últimas semanas. “Já tivemos um período muito mais tranquilo aqui. Hoje, a juventude só quer saber de droga e roubar. Não pensam em um futuro. E o pior que isso não é só aqui (no Subúrbio), é algo que está em todos os bairros de Salvador”, lamenta João Pereira, aposentado de 67 anos.

 

“Pena que nem todos tenham o interesse de nos conhecer. Acredito que o processo de revitalização da orla de São Tomé e Tubarão possamos ser um pouco mais vistos, mas até lá quem quiser pode vir nos conhecer”, convida Antônio Gerônimo, vendedor de côco em Paripe.